No outro dia conversava com uma amiga, em tom de brincadeira, sobre o quanto estou habituada à vida de solteira. Como as pessoas se adaptam a viver a grandes altitudes, como os pulmões, o coração e o sangue se habituam ao ar rarefeito, eu também estou habituada a viver inteira. Sem uma metade, mas inteira. Adaptada, e bem. Na verdade, as pessoas adaptam-se a tudo: ao bom, ao mau, a serem adoradas ou desprezadas, às dificuldades, à vida fácil, à fome, à gula, ao prazer, à dor, ao medo. Adaptam-se a tudo, desde que o queiram, porque adaptação é sobrevivência. É a lei da natureza.
Tu costumavas falar nisto... "eu adapto-me", dizias, sempre que se falava em mudança, em novidade, em desafio.
Mas nunca conseguiste adaptar-te a ser meu amigo. E eu nunca consegui adaptar-me à ideia de que já não fazes parte da minha vida.
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