domingo, 31 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

Coisas que se dizem sobre Amy Winehouse.


Não concordo com algumas coisas que se dizem por aí. A relação consumo-fama não é linear. Nunca saberemos se noutro contexto, noutro estilo de vida, ela não consumiria na mesma. E não foi só agora que a perdemos, ainda viva, já perdíamos: o enorme talento dela ofuscado pelo vício, em tantos e tantos concertos ao vivo. Amy de gatas, rouca e desafinada, por causa de uma doença - porque o consumo é uma doença, não um estilo de vida. O facto de ser tão talentosa (e era, e eu adorava) não a faz menos pobre coitada que tantos outros consumidores e doentes. Toda a gente consome por uma ou várias razões, as dela não eram diferentes, mais ou menos plausíveis, mais ou menos dignas de pena.
Morreu. Tenho pena. Mas nem consegui ficar triste, confesso. Tão previsível, como a morte anunciada de um doente com um tumor inoperável. Mais dia, menos dia... ontem foi o dia.

Tenho pena.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

E o meu coração não cabe no peito...

Porque aprendi hoje a fazer uma coisa nova na minha profissão. Porque a vou fazer milhares de vezes no futuro, mas hoje foi a primeira vez. Porque um dia serei capaz de a fazer com os olhos fechados, mas hoje as mãos tremiam um bocadinho.
E não podia ter corrido melhor.

=)

domingo, 17 de julho de 2011

SBSR

Muito se fala na poeira. A poeira foi o menos. 100 chuveiros para os milhares de festivaleiros, isso é que é mau. Filas de 1h para a casa de banho na praia, isso é que é péssimo. Estar 2h na fila do autocarro, para chegar ao fim e dizerem: "ah e tal, já passa das 19h, não há mais autocarros", e depois ter de ir a pé da praia do Meco para o recinto... isso é que é inqualificável. Não dormir durante a noite por sentir cacetada de todos os lados nas tendas amontoadas por falta de espaço, e imaginar "quando é que me cai um bêbado em cima?", foi tortura. Os acessos são péssimos. O local não tem capacidade nem sequer para os que lá ficam, quanto mais para os que ainda se acrescentam à noite.
Já para não falar da espanholada toda a falar em voz alta durante os concertos. E e dos trêbados que não vão ver nada, apenas incomodar a malta toda, cair lá para o meio, e que no dia a seguir "não se lembram de nada, e não sabem se foi bom ou mau" - que tal ficarem bêbados em casa, ou pelo menos, a seguir aos concertos?  (o que eu gostava que os pais destes meninos vissem o que andam a pagar). Coisas que fazem parte, mas que me irritam, chamem-me o que quiserem.
Os concertos foram o consolo, e apaziguaram o desconforto. E foram tão bons. Bons ao ponto de achar que aquele suplício todo valeu a pena. E o público esteve muito bem, um ambiente incrível, que vontade de ver aquilo tudo do palco. O Brandon Flowers sorriu tanto, via-se que estava feliz com a recepção!
Para o ano que vem, ou arranjam um cartaz que supere este (difícil), ou acredito que muito boa gente não se vai sujeitar ao mesmo. Eu bem sei que não vou.

 The Strokes @ SBSR, Meco, 16/07/2011

domingo, 10 de julho de 2011

terça-feira, 5 de julho de 2011

=D

Há pessoas tão boas no que fazem, tão incríveis, tão profissionais, tão apaixonadas e apaixonantes, e tão humanas, que até pessoas que quase já nasceram decididas quanto ao que querem fazer da vida, como eu, vacilam e por momentos pensam que eram felizes a fazer o mesmo que elas. Pessoas que irradiam felicidade.

É tão bom trabalhar com pessoas assim. 

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Razões pelas quais nunca serei cirurgiã: falta-me a paciência, aborrece-me a repetição dos actos, fazer esta cirurgia pela 1500ª vez, bah, não sou suficientemente persistente para tanta técnica, não tenho um espírito competitivo nem uma capacidade de auto-superação desmedida, não me fascinam os detalhes de cada tempo cirúrgico, estar ali horas, em pé, e sem poder fazer xixi, e não gosto assim tanto de trabalhar com as mãos, chateia-me e aborrece-me, já disse isto, não já? Já, está ali em cima.

Mas a ousadia de cortar o corpo e olhá-lo, mexê-lo remendá-lo, corrigi-lo, curá-lo por dentro, e a criatividade de resolver o inesperado. Admiro, assim com uma pontinha de inveja.

Mas não, nunca vou ser cirurgiã. Não quero, e não é para mim. Mas não tenho pena disso. E assim sei que não quero mesmo.